domingo, 10 de maio de 2009

Menos Pausa, Mais Pausa


Pra mim a coisa começou assim: falo com o ginecologista ou com a psicóloga? Decidi pelo ginecologista. Maior gatinho, diga-se de passagem. E já me conhece a fundo, muito mais fundo que o mais fundo que tenham me conhecido namorados, esposos, amantes, ficantes, irritantes.

Medo de ficar feia, medo de ficar sem tesão, sem tesão como é que eu fico eu que sempre fui tesuda. Tomo remédio? Não tomo? Resposta do ginecologista: tenho uma cliente de setenta anos que tem três amantes. Não vai ficar feia. Não vou dar remédio. Isto é psicológico.

Lá vou eu então para a psicanalista. Psicanalista achou curioso eu ter primeiro levado para o ginecologista. Mas, expliquei eu, parecia tão físico, estou sem menstruar desde fevereiro. Vai que eu estivesse com um tumor, vai que eu estivesse em tilte sério. Tinha que saber com certeza que não era nada físico.

Psicanalista então me dá o toque da real: você está fazendo um upgrade. É hora de aprender a ter uma nova lida com o mundo, com a sexualidade.

Por que você sempre tem de ser a que toma a iniciativa, a que é cheia de tesão? Por que mostrar ao mundo que você é mais você? Hora de aprender a ficar na sua, a perceber que há outras coisas, que nem tudo se resolve pelo tesão genital e que mesmo a genitalidade tem muitas outras formas de ser. Não precisa ser sempre a mesma coisa.

O engraçado é que justamente tinha me queixado que ultimamente vejo altos gatinhos e ao contrário de antigamente não fico bolando jeitos de me aproximar deles; também tinha me queixado de não me apaixonar mais.

Naquela mesma tarde, fui tomar um café depois da terapia. E... surpresa... me apaixonei. Pelo dia, pelos homens, por um homem, por uma possibilidade, pela vida.

Continuo a mesma. Rumo aos cinqüenta. E que me venham mais dez. Mais vinte. Mais trinta. Estou feliz hoje.

2 comentários:

Grupo da 6a.feira disse...

Cyn,
Sei como é isso essa tal de "pausa" já me pegou há tempos !!!
Mas, diferente de vc, fui só ao ginecologista, pois não tenho problema nenhum com os muitos mitos que rondam a menopausa.
Cada pessoa é única e sentirá a menopausa de acordo com seu imaginário, com/sem calores, com/sem secura, com/sem hormônios, com/sem insônia, com/sem irritação, com/sem sensação de inutilidade (até isso já ouvi de uma pessoa, que disse que detestará a menopausa, pois ficará sem função na vida !?!?!)
Mas o tesão, ah o tesão... esse continua da mesma forma que os mitos aí de cima... depende do imaginário e da imaginação de cada um...
Bjs

Mercenário da Treva disse...

Mudanças acontecem e são invitáveis com o passar do tempo, quando rompemos algumas barreiras temporais. Aceitá-las (de certo modo, é claro) e conviver com elas (da melhor forma possível, é claro) requer sabedoria que, felizmente, também acumulamos ao longo do tempo (ou ao menos devíamos ter acumulado)!
Nada de anormal ocorre conosco que não possamos assimilar e tirar proveito, portanto Cynthia não se acomode como muitos fazem, continue a ser o que é, porém adaptando-se sempre a uma nova realidade.

E essa Nova Realidade, se olhar bem, nos acompanhou por toda nossa Vida, afinal o Amanhã é sempre um novo dia e traz uma Nova Realidade sempre.

Beijos