sexta-feira, 27 de novembro de 2015

pela estrada afora

como seria bom não haver muros. Mas já que eles existem, acho bonito os de pedra, os com ervas cobrindo ou os cheios de graffitis.

como seria bom poder conversar olhando nos olhos todos os dias com meus amigos queridos. Mas já que não dá, que exista o telefone, a internet, o sinal de fumaça e o pombo correio.

as coisas são o que fazemos delas

terça-feira, 17 de novembro de 2015

contemporâneos

nós não damos nós
deixamos frouxo
tão passarinhos
um dia sumimos
noutro muitos mimos
depois somos pedra
duros tão duros
como se muros fôssemos
e amássemos as distâncias
as constâncias e o peso em toneladas
é quando nos tornamos ruínas
mesmo tendo começado outro dia

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

hoje chega ao Espírito Santo a lama tóxica da barragem que estourou. Todos os peixes irão morrer. E com isto, as aves, os insetos, as flores, as plantas. Por muitos e muitos anos, todas as terras e águas que estiverem no caminho da lama toxica estarão estéreis. O mar será afetado igualmente. A morte de milhões de seres vivos. Tudo porque um gênio capitalista resolveu economizar no cimento da barragem e botou mais areia. Os cínicos falam de um abalo sísmico que rolou no Chile, mas a real é que toda barragem deve ser devidamente construída para aguentar abalos sísmicos, venham eles de onde vierem. Além do quê, no Chile nada caiu. Caiu aqui, no Brasil.

O lucro é algo assim: feito de grandes e pequenas imoralidades. Assim enriquecem empresários. Assim se faz o capitalismo. Às custas da miséria de muitos, da morte de muitos, da falta de perspectivas de muitos. Em benefício destes poucos.

Tristeza infinita. Revolta. Indignação.