domingo, 27 de julho de 2008

Inacabado


Meu sexo. Esquenta esfria. Esquenta. Estou só. Inabitável. Não constituída. Pra quê tatuagens quando a vida sempre nos marca?

Sou uma vaca sem meu sininho, perdida... Sem minha paixão, não existo. Porque todas as palavras têm outro gosto quando se está na beira do abismo. Apaixonada. Irremediavelmente. Sempre é irremediável a paixão. Paixão com remédio é prozac.

Política? Coisa insuportável como assunto. Boa como prática. Mas como assunto literário? Não me convence. Prefiro pensar em pintos e xotas. Donde viemos e para onde iremos. No fundo do cu. Redondo. Reluzente diante da luz que nunca bate.

O homem que você realmente é não me importa. Nem a mulher que em mim resiste. Isso é assunto pra análise. Meu papo é outro. A construção, palavra por palavra, gesto por gesto, do homem que me conhece mais do que a mim mesma e me pega por trás, sem uma única palavra. Desconhecido e rude. Ancestral.

Não quero saber das suas opiniões. Nem das minhas. Não valem grandes coisas. Não mudam o mundo. Achismos não mudam nada. O país no caos. Ora, e quando não esteve? Aliás, qual o país que não está mergulhado no caos da civilização em decadência? Decadência. Que sei eu da decadência? Ou da ascensão? Sei de mim, de você quando respira ao meu lado, quando pega meu peito e enfia a língua na minha boca. Aí sim, falamos a mesma língua.

Qual é a sua língua? Qual é a sua resposta? Sua resposta não me interessa. De verdade. De mentira. A mentira eu sei, é apenas o lado oculto da verdade. A verdade quando sonha, amanhece no jardim da mentira. Assim construímos nossas ilusões de coisas absolutas e tangíveis.

A única hora que deixo de habitar minha mente é quando tenho medo. O corpo coça, arrepia, o sangue circula mais rápido que o sentido. O sentido passa a ser sentimento. E finalmente, as lágrimas. Nelas me desfaço, desato meus nós, me purifico. O mar de Iemanjá, suas flores, tudo enfim exato.

Amontoar palavras junto às roupas, desnudar finalmente o ser. Deixá-lo livre, como nunca foi nem será. Por mais homens que me penetrem, meus segredos ficam além do fundo onde o fundo do pinto aponta. Ou assim quero crer. Prefiro acreditar que sou um pouco além do que minhas vísceras, mas tenho certeza que se aqui houvesse uma barata, tudo o que eu conseguiria fazer seria gritar.
O nojo plantado em mim das coisas que simplesmente como eu, respiram. Criaturas de carbono. Somos todos. A barata inclusa. A buceta inclusa. A buceta inclusa como o dente. O dente incluso, a buceta inclusa. Arrancar meu dente amanhã. Gostaria de fazer um diário ao contrário. O diário do futuro, onde só escrevesse aquilo que ainda está por vir. Agarrado ao instante presente e ao futuro incerto. Sendo criado. Ainda inexistente. A vida vista por um espelho. Parapluie. Que linda palavra. Tudo é sempre

quinta-feira, 10 de julho de 2008

show de julho no luigi´s

Estas imagens foram captadas no meu show de julho no Luigi´s, RJ, 06 de julho/2008

Sapatinhos: letra: Cynthia Dorneles, música: Bruno Tavares
http://www.youtube.com/watch?v=2YVO6-a60oM&feature=related

Amantes: letra: Cynthia Dorneles, música: Bruno Tavares
http://www.youtube.com/watch?v=x_0I4yZwo4o

Cordeiro de Deus: Zeca Baleiro
http://www.youtube.com/watch?v=08R4g6H2OB4