segunda-feira, 17 de março de 2008

Pelo Fim da Violência das Torcidas Organizadas Dentro e Fora dos Estádios

Hoje às vinte e duas horas, meu filho de quinze anos foi atacado no Largo do Machado por três indivíduos adultos da chamada “Raça” rubro-negra, uma ala radical da torcida flamenguista. Meu filho estava voltando de um aniversário de um amigo, vestindo uma camisa do seu time, o Vasco.

Estes três covardes o seguiram e em pleno Largo do Machado, na frente da Igreja, o atacaram a socos e pontapés, atingindo principalmente o rosto de meu filho.

Fui chamada às vinte e três horas pelo celular por pessoas que o atenderam. Por sorte, estava com um amigo que tem um carro e pude me dirigir rapidamente para o bar Bumerangue, na Rua das Laranjeiras.

Lá chegando, encontrei meu filho muito nervoso, com o rosto desfigurado, chorando. Fomos correndo para o Miguel Couto onde ele foi atendido e para nossa sorte, sem nada mais grave além de uma fissura no nariz.

O Brasil sempre foi caracterizado por ter um povo alegre e aqui nunca tivemos tradição de um povo radicalmente agressivo fosse por questões de religião ou raça. Nossa colonização foi uma das poucas onde os colonizadores se misturaram aos colonizados e a tônica do país foi o de uma receptividade inteligente junto à variedade racial e cultural.

Nos últimos tempos, tem proliferado o comportamento “pitboy” e as torcidas que antes quando muito tinham um ou outro incidente isolado, hoje recorrem à violência como uma constante.

Hoje é um perigo de vida um jovem usar a camisa de seu time e as torcidas parecem tão mais violentas, quanto mais medíocre o futebol tem se mostrado na atualidade.

É necessário que a população acorde para estes fatos e não espere apenas da polícia e do Estado providências para acabar com a onda de violência das torcidas organizadas. Temos que fazer mais do que reclamar ou nos amedrontar diante deste comportamento imitado dos Hoolingans ingleses.

Civilidade é antes de tudo fruto de educação e consciência. Cidadania por sua vez é ação direta e concreta de todos nós.

Pelo fim da violência das torcidas organizadas dentro e fora dos estádios. A escolha do seu time, tal como todas as outras escolhas, só é possível com a verdadeira liberdade para que isto aconteça. Por uma sociedade responsável e sem medo.

Repasse este texto a todas as suas comunidades do orkut, a todos os seus amigos e faça você também a sua parte. Vamos debater estes temas e encontrar solução para isto. Que nenhum outro jovem seja brutalizado como foi meu filho nesta noite de 16 de março de 2008.

Um comentário:

Thiago Asmar disse...

Olá Cynthia!

Meu nome é Thiago Asmar. Sou produtor da TV Globo e soube da história de seu filho. Logo, gostaríamos de fazer uma entrevista com vocês sobre a violência de torcidas. Se for de seu interesse, meu telefone é (21)9633-9481. Meu e-mail: thiago.asmar_let@tvglobo.com.br