quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Entre o Paraiso e o Abismo


Vesti meu terno, botei meu chapéu, peguei minha pasta. Como faço todos os dias, fervi a água, botei o café pra passar. Escovei meus dentes. Como todos os dias, fui trabalhar.


No meio do caminho, ouvi uma música maravilhosa. Não sabia de onde ela vinha. Olhei os carros que passavam procurando donde vinha aquele som. Não era de nenhum carro. Olhei em volta. Nenhum alto falante, nada.


De repente vi um pássaro com cores que jamais tinha visto. Logo depois outro. E mais outro. Eram tão belos como devem ser os pássaros do paraíso. E eis que a música vinha do céu.


Sem pensar em nada, entrei num prédio, o mais alto que vi, subi no elevador. No último andar, saltei. Subi uma escada. Lá em cima, vi aqueles pássaros, aquele céu. E fui em direção a eles.


Vi que aquilo era o paraíso.


Que importava se meus passos me levassem para o abismo? Que me importava se meu corpo não se libertasse junto a minha alma? Se agora eu sabia o que era o paraíso, nada mais me importava.


Simplesmente, estou lá. Em lugar algum. No canto do céu.
Em homenagem ao Nowhere Man

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