sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Amor e Dependência I


Dentre os que se desesperam diante da iminência da perda de um amor, estão aqueles que dependem daquele que pensam amar.

Quem imagina que só é possível viver se o outro estiver ao seu lado, na maioria das vezes é simplesmente dependente do outro. Depender é muito diferente de amar, mas as práticas são semelhantes.

Quem ama sofre por perder um amor, sem dúvida. Como haveria de ser diferente, já que o amor romântico é uma das formas de amor mais prazerosas e mais satisfatórias? Quem ama e perde um amor irá sofrer e de acordo com a intensidade deste sentimento, este sofrimento será maior. Mas quem ama e não depende do outro sabe que é capaz de viver sem ele. Mesmo quando está no fundo do poço, no auge da tristeza, está ciente de sua autonomia existencial.

Já quem depende do outro, como considera que sua vida por esta ou aquela razão está atrelada ao outro, não se sente capaz de viver sem este. Das dependências, talvez a menos nefasta seja a financeira. Um bom advogado pode dar excelentes idéias de como tirar proveito de uma separação ou, se não houver jeito, arrumar um novo trabalho ou mudar o estilo de vida resolve.

As piores dependências são justamente aquelas que a pessoa não sabe exatamente por que depende do outro, simplesmente só está tranqüila se está junto do outro- ou se imagina que está junto ao outro.

As dependências afetivo-existenciais são as mais complicadas de serem solucionadas até porque a cultura é cheia de filmes e livros que encorajam especialmente às mulheres para que só se sintam felizes quando acompanhadas por um homem.

Arrumar um namorado/marido vem sendo a meta universal da grande maioria das mulheres das mais diversas culturas e das mais diversas origens sociais ao longo de séculos no mundo inteiro. Não importa o homem, não importa a quê preço: tudo é válido para que ao fim a mulher tenha um homem para chamar de seu.

A estratégia para se trabalhar isso é antes de mais nada reconhecer que isto está ocorrendo. Não há como se mobilizar toda a força que é necessária a uma mudança deste calibre sem a consciência de que se está diante de um problema.

Em seguida, se possível, perceber quais as origens deste comportamento. Conhecer as origens de um comportamento evita que a mulher repita em novas circunstâncias de vida este mesmo padrão.

Por fim, reajustar a mulher aos seus próprios desejos, impulsos e pensamentos através de múltiplos engajamentos com atividades que a desafiem e que lhe tragam prazer.

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