sexta-feira, 11 de setembro de 2015

esquisitices e chuva

as nuvens lá fora não chovem mais do que eu

pingo a pingo me desfaço em chão
o chão se abre
os abismos chamam
felizmente
em mim mora a desmemoria do meu tempo
eu sou todos os desconhecidos
e os desconhecidos brigam entre si
rosnam
latem
correm rabos em pernas
abaixo do nível do mar


meu nome esqueci

fiquei dias sem aparecer


a tela cada vez mais escura
chovi até a última gota
roendo a última gosma
aprendo
o caminho das pulgas
fica ali entre as pedras
as perdas e danos
os tantos anos pra me tornar
uma sombra maior
um imenso guarda chuva
a flutuar finalmente livre
entre os ventos
sem mim

a

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