sábado, 12 de julho de 2014

sempre esquecida

Sim serei esquecida
lágrima no oceano
água que veio do rio

tantas curvas e quedas

até o mar

A sombra da árvore

a flor a nuvem a borboleta

o pássaro e a formiga

a casa velha
a casa nova pintadinha

a menina bonita e a feia

o cachorro manco

o que pula feliz
nada disto cabe na memória

a vida excede a gaveta

não cabe no livro

o trivial é um nome impróprio

para as tantas faces do ser


Sejamos sombras e sobras

feneçamos entre pétalas folhas

no barro da estrada daquela velha morada

ou no asfalto que brilha caminho novo

Fiquemos na primeira curva antes do sol

experimentando o gosto das lágrimas

e a largueza imparcial dos sorrisos

é preciso deixar as palavras voarem

e os corações baterem

Os milagres sempre são assim- Cynthia Dorneles, 12/07/14

ps: A notícia é sempre algo que já aconteceu. Ler jornal não é atualizar-se, é passadizar-se. Estar no presente é ser você mesmo, você é sempre a poesia inacabada do instante

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