quinta-feira, 10 de julho de 2014

E Assim Foi

Jornalismo Holístico da Cynthia Dorneles sobre fatos passados, presentes e futuros e inclusive fatos que não são mas deveriam: hoje eu vi a árvore que caiu no Aterro do Flamengo logo após o jogo da Copa, fato real, árvore real, caída realmente abaixo da força que fez de um tudo neste dia, linda, grande, eu a chamava de Beatriz. Beatriz foi ninho de passarinho, antes da avalanche de gatos que povoam o Aterro. Adoro gatos, mas os gatos caçam os pássaros. Gatos não são nativos. As senhoras cuidam dos gatos, vacinam, mas todo dia alguém chega com novos gatos. Beatriz foi uma boa árvore, deu sombra aos namorados, foi brinquedo de criança. Fez tudo o que uma árvore deve fazer. Menos suportar a derrota do Brasil na Copa, provando que não são só os homens que choram diante das perdas. Hoje também vi a gracinha da Garcinha. Ela é uma espécie de cãozinho de estimação do pescador que sempre vai ali, no mesmo ponto da praia. Hoje deu pouco peixe, mar feio. Voou depois de um tempo pra comer as baratinhas d'água nas pedras. Pensando sobre amar e depender- um livro do Walter Riso (muito bom, recomendo), apesar de não ver a foto do autor, fica claro para mim que ele necessariamente é alguém na faixa etária entre os 30 e os 45. Alguém que com certeza jamais teve um bracolé que o deixou preso numa cama, dependendo de uma alma boa que o levasse ao banheiro para fazer um xixi. Será mesmo que só pode amar quem não depende ou será possível amar, depender e cuidar? Não fabrico pessoas, mas pessoas dão defeito, é preciso saber disso. Com o tempo, alguma mola solta, um parafuso empena e a gente realmente tem de ter sido suficientemente bom para ter desenvolvido tolerância e boa vontade nos outros. Talvez às vezes a tolerância e a boa vontade sejam melhor que o amor. Sexo selvagem e imaginativo é fabuloso, se apaixonar é divino. Gosto de tudo isto. E gosto também de saber que poderei contar com os humanos. Afinal, todos dependemos de todos. Ou alguém aqui acredita que se cair a eletricidade ou faltar água ou não entregarem alimentos nos supermercados a vida segue igual? Dependemos todos uns dos outros. O dinheiro move as rodas, mas é o coração que ilumina os dias. Tenho dito. 10/07/2014

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