domingo, 22 de dezembro de 2013

filme Jovem e Bela

O filme Jovem e Bela tem aquelas imagens que valem por zil palavras. Silencioso, vai de fato em fato sem explicação, sem blablabla, quase mesmo como que quem tivesse feito o filme fosse a adolescente contemporânea. Moça, jovem e bela, conforme diz o título, às vésperas do seu 17o aniversário, cheia de tesão, encontra nas suas férias de verão com a família, garotão alemão bonitão com quem decide se livrar do problema: a virgindade. Garotão, bonitão porém incompetente no sexo, só passa a mão na cabeça da moça e anda de mãozinha dada com ela. Moça acha o sexo um tédio, talvez até um pouco desagradável. Claro. O cara não fez nada para ela gozar. Em pleno tempo de google, nem googlou pra saber como é que se faz uma mulher ter orgasmos. Só penetrou e fim.


Próxima cena, a moça a caminho de um quarto num hotel onde fará sua estréia como prostituta. Faz sentido: o orgasmo é uma forma de "recompensa" no sexo. Os homens procuram sexo porque têm a facilidade de gozar, estão sendo sempre "recompensados", podemos até falar que às vezes mais, às vezes menos, mas não costumam ter problemas nesta área, salvo se estiverem com a saúde abalada ou alguma questão relativa à parceria no assunto. A personagem no filme, que não gozou, decide ser paga em espécie e segue para o negócio arriscado da prostituição. Creio que o raciocínio da pequena foi simples: melhor algum ganho do que nenhum ganho.


A fêmea humana é uma das poucas- desconfio até que possa ser a única- a ter orgasmos. Claro que o processo feminino necessariamente é mais complexo do que o do macho- tanto é assim que todas as espécies mamíferas o macho sempre goza e as fêmeas não. As fêmeas das outras espécies têm cio, mas não gozam. A espécie humana é fabulosa, dentre outras razões, porque goza. Mas não é um processo tão simples e evidente como o do homem. Homens que não querem ter trabalho não devem mesmo buscar parceiras mulheres porque mulher dá trabalho mesmo.


O filme pode ser entendido de mil maneiras, podemos pensar num conflito edipiano entre a moça, o padrasto e a mãe, pode ser visto em toda a sua dimensão dramática no confronto da mãe e da filha, mas da forma como entendo, a saída da jovem para a prostituição foi de uma simplicidade devastadora. Realmente, bastam as imagens para esclarecer a situação.

Nenhum comentário: