segunda-feira, 14 de abril de 2008


Hoje sonhei com um homem que já foi sonho um dia. As coisas que perdemos quem as acha? Movi uma pedra, movi um graveto, movi o véu que cobre o rosto da montanha. E o que vi é um lugar onde ninguém jamais precisaria dar adeus. Para quem quer voar, a única bagagem possível é o sonho. Mesmo pétalas e plumas pesam demais.

Cada vez que você vai, vai contigo meu coração e minha paciência. Aqui sozinha, me pergunto do que são feitas as lágrimas e só sei qual gosto elas têm. Nenhum livro de ciências sabe por que afinal se ama ou por que afinal se esquece de tudo o que é inesquecível.

Bem que gostaria de estar num outro lugar, viver uma realidade Matrix onde nenhuma bala me acertasse e tampouco um olhar de desprezo ou a tua indiferença diante do meu desconcerto: por que você não vê que só existe cor por que existe o sol? Por que você não admite que felicidade seja poder amar e ser amado- por mim?

Em vez disso, um dia já teremos passado anos sem nos ver e teremos construído nossas vidas em outros apartamentos, conheceremos outros corpos e nada do que eu ver será a paisagem que te acompanha. A maldição do amor é sempre a ausência. Tudo é doce, mesmo a mordida fatal.

Você acabou de sair daqui e eu já choro. Até quando? Já fingi gostar de peixe, posso fingir que a culpa é das cebolas- mas será que dessa vez você ainda vai acreditar? As paredes já cansaram de mim. Já ouviram tudo o que tenho para dizer. E tudo, foi coisa nenhuma.

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