O poder não é uma simples ilusão simbólica como querem fazer crer alguns. Não é uma ilusão que a OTAN promoveu a Primavera Árabe para desestabilizar as ditaduras progressistas que eles próprios instalaram em torno da Síria, Líbia e outros. Não é uma ilusão que a Síria era um grande estado forte e que não curtia Israel- fato que no mínimo atrapalha os negócios.
Não, não basta a vontade e a potencia juvenis para desfazer os grandes interesses, a política e a economia mundial. Não, não dá pra reinventar a realidade todos os dias só porque eu quero, tu queres, ele quer. Não dá não. E tampouco é verdade que maio de 68 foi o lugar de ruptura do antigo mundo das utopias e o fim das teleologias.
A teleologia está muito viva quando vemos que os jornais brasileiros refletem o desejo das nossas classes médias, ansiosas por desfazer a política instalada pelo PT após 12 anos de governo- uma política muito diferente das anteriores, por mais que desejem reduzir a pó todas as ideologias, todas as possibilidades políticas de novos horizontes ligados ao trabalhador e ao trabalho. Lula nunca foi comunista, nem mesmo socialista. Lula foi um metalúrgico. Homem do povo e carismático líder político que sabia muito bem aonde estava: Brasil, país dos latifúndios, das oligarquias, onde governam até hoje velhas famílias com nome e sobrenomes bem conhecidos há séculos seculorum. Falou mal do Sarney e do PMDB sim, para alcançar o poder. No que o alcançou se aliou a ele. Simplesmente porque não dá pra mandar matar esta gente, estas velhas famílias que estão no poder há tanto tempo. Você cria alianças para poder governar. Coisa que Lula não precisou de nenhum cientista político que lhe explicasse.
Mau caratismo do Lula? Coisa nenhuma. Realismo, pragmatismo político. Política é a arte das alianças, Maquiavel já sabia. É má fé uma pessoa que já tenha lido algum texto de Maquiavel tratar do fenômeno Lula como o fazem os ignorantes deste nosso imenso país com tantos ignorantes. Lula é um cara que não precisou estudar Maquiavel pra perceber o que está na cara de qualquer um que algum dia já tenha estado no planeta Brasil. Que não é tão diferente da Síria, se pensarmos bem.
Estes países todos do mundo se assemelham. Suas práticas políticas se assemelham. Temos culturas com bases diferentes, óbvio, mas por exemplo, o Podemos não é muito diferente do nosso PSOL. Há tantas e tantas semelhanças como também há diferenças, se focarmos aqui ou ali.
Com certeza, o menino sírio não é diferente dos milhares de meninos que aqui são aliciados pelo narcotráfico e morrem ainda pequenos debaixo de tiro achado ou perdido. Somos todos humanos, macacos pelados. Sozinhos, somos frágeis. Juntos, somos ferozes predadores. E nós, mães do mundo, choramos a morte de todas as criança sobre a Terra. Tal como nos encantamos com os filhotes de gatos, cachorros, tigres, onças, todos os mamíferos.
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
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