quarta-feira, 30 de setembro de 2015

âncora

vejo esta âncora. Sua tinta comida pelo mar. Suas pontas elegantes. Penso suas profundezas. Convite à imobilidade. Igualmente, convite a zarpar. Em cada centímetro do objeto que olho, uma melodia diferente. São tantas as sereias. Tão poucos os que as seguem até o fim do mundo. Em tudo o que há, cabem tantas mensagens quanto os goles da nossa sede. Nas línguas vivas e mortas, as estrelas nos guiam enquanto as âncoras nos fundeiam. Diga-me com o que sonhas que te direi se voas ou afundas. Entretanto que não se iludam os pragmáticos: voar ou afundar dá no mesmo. O vôo e a queda são cozidos por vertigens

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