sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
sobre amar ao próximo como a ti mesmo
A maior ironia cristã é dizer para amar ao próximo como a si mesmo. E se a pessoa odiar a si mesma? Ou se é entediada e indiferente a si mesma? Ou ainda se tiver medo de si mesma? Como ordem, eis uma ordem muito marota. Como tudo o mais nas religiões. Esta mania de querer generalizar das religiões e achar que todo mundo é igual. Melhor dizer: pergunte ao próximo o que ele deseja e faça o que o próximo quer, não tente adivinhar, não projete seus desejos nos dele. E no mais é torcer para que o próximo não deseje que alguém o mate. Isto seria complicado. Sendo assim, o que há de mais tolo no espírito religioso é partir do pressuposto que exista algo no ser humano comum a todos. A única coisa comum a todos os seres humanos é serem mortais e paradoxais. Subjetividade é o segundo nome de cada pessoa.
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