Sim serei esquecida
lágrima no oceano
água que veio do rio
tantas curvas e quedas
até o mar
A sombra da árvore
a flor a nuvem a borboleta
o pássaro e a formiga
a casa velha
a casa nova pintadinha
a menina bonita e a feia
o cachorro manco
o que pula feliz
nada disto cabe na memória
a vida excede a gaveta
não cabe no livro
o trivial é um nome impróprio
para as tantas faces do ser
Sejamos sombras e sobras
feneçamos entre pétalas folhas
no barro da estrada daquela velha morada
ou no asfalto que brilha caminho novo
Fiquemos na primeira curva antes do sol
experimentando o gosto das lágrimas
e a largueza imparcial dos sorrisos
é preciso deixar as palavras voarem
e os corações baterem
Os milagres sempre são assim- Cynthia Dorneles, 12/07/14
ps: A notícia é sempre algo que já aconteceu. Ler jornal não é atualizar-se, é passadizar-se. Estar no presente é ser você mesmo, você é sempre a poesia inacabada do instante
sábado, 12 de julho de 2014
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