A Vida Secreta de Walter Mitt poderia ser também nomeada de A Vida Secreta de Hollywood. Quase não assisto mais os filmes hollywoodianos porque sinceramente me parecem extraordinariamente previsíveis, aquela coisa certinha onde a emoção vem na medida certa de uma gargalhada só que não deixa a gente mal na foto e uma lágrima que não estraga a maquiagem.
Este filme é especial, logo de cara porque tem fotografias espetaculares. Ora tinha de ser assim porque afinal trata-se de uma ficção em cima da revista real Life quando foi transformada num projeto on line. A revista Life era meu sonho de consumo. Eu queria trabalhar para eles, eu queria fazer qualquer coisa para eles. Mas não dava. Eu era criança. E fotografia antigamente era uma coisa para ricos, tudo era caro, da máquina à revelação, passando pelo filme. Então este projeto de trabalhar para a revista Life ficou para escanteio junto com o de ser cientista, aeromoça e médica.
Além da fotografia, o filme é sobre pessoas que muitas vezes não são exatamente "boas da cabeça" ou lá muito descoladas e sociáveis mas que eventualmente podem ser as que fazem a diferença na qualidade final de um produto, no caso do personagem do filme, sobre a qualidade da revista Life e suas incríveis fotografias. O personagem Walter Mitty definitivamente não tinha presença de espírito, não tinha savoir faire, não se enturmava, era um cara esquisito- um cara esquisito com uma sensibilidade toda especial e um nível de comprometimento com o que fazia muito alto.
Fiquei receosa que Ben Stiller estragasse o filme. Eta ator canastra este. Mas não. Ele fica bem no filme, não sei como exatamente, mas deu pra aproveitar até a canastrice do Ben Stiller.
Hollywood ainda acerta a mão
domingo, 22 de dezembro de 2013
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