Estranha a sociedade que vivemos onde impera o individualismo, mas ao mesmo tempo, uma das principais metas traçadas é a da conquista/sedução do outro.
Movimentam-se milhões de euros e dólares em busca do remédio perfeito para emagrecer, o xampu que deixe seu cabelo mais macio, a tintura que cubra seus cabelos brancos. Aliás, envelhecer? Jamais!
Botox, cirurgia plástica, drenagem linfática, liftings e quantas outras mais técnicas que são destinadas única e exclusivamente a evitar não a velhice em si, mas a aparência de velhice.
Por que tamanha preocupação com a aparência, se na hora de pensarmos as metas de vida somos encorajados a pensar apenas em nós mesmos? Família, namoradas, tudo que impeça a carreira é descartado como inoportuno. Casamentos e relações são descartados como roupas são trocadas. Em nome do indivíduo.
A palavra “privacidade”jamais foi tão usada. Tudo o que remete ao isolamento é visto como valor positivo. Depender do outro é coisa feia. Quem assume que depende do outro é visto como uma espécie de aleijão social. Bom é ser independente bom é ser autônomo.
Sim, muito bom ser autônomo. Mas que estranha autonomia é esta que procura de todas as maneiras espantar a velhice? Por que o momento de ter uma pele enrugada, seios murchos, pintos flácidos, são vistos como obscenidades? Ora, é natural envelhecer. Tal como depois da vida, sempre se seguirá a morte, democraticamente.
Por que não buscar a dignidade da velhice em vez de tantos meios, todos tão ilusórios, de rejuvenescer?
Neurônios não rejuvenescem. Fígados, baços, pâncreas, intestinos, ovários, gônadas, nada disso rejuvenesce. A coluna cria osteófitos. O corpo verga. Com botox apenas vergará de forma mais patética. Pois é patético o velho que quer ser jovem a todo custo.
A jovialidade, uma característica de humor e pensamento, esta nada tem a ver com peles esticadas a força e cabelos pintados e repintados. E a morte, esta convidada sempre tão circunspecta chegará para todos, sendo ou não esperada.
Pessimismo? Não. Definitivamente não.
Quem encara com naturalidade a morte procura fazer da sua vida, a cada dia, algo mais rico e pleno.
Dá prioridade ao que realmente importa.
Sabe que é melhor investir numa boa viagem do que numa cirurgia plástica. Deixa para só entrar na faca quando realmente precisar. E, se cair nesta tentação, de parecer jovem sem mais o ser, saberá reconhecer, com lucidez, a total falta de bom senso de atitudes inúteis como a de tampar o sol com a peneirinha do botox.
Sou pela vida, por saber que é sagrado o instante, cada um deles.
Godot nunca chegará. Então, vamos à vida!
Movimentam-se milhões de euros e dólares em busca do remédio perfeito para emagrecer, o xampu que deixe seu cabelo mais macio, a tintura que cubra seus cabelos brancos. Aliás, envelhecer? Jamais!
Botox, cirurgia plástica, drenagem linfática, liftings e quantas outras mais técnicas que são destinadas única e exclusivamente a evitar não a velhice em si, mas a aparência de velhice.
Por que tamanha preocupação com a aparência, se na hora de pensarmos as metas de vida somos encorajados a pensar apenas em nós mesmos? Família, namoradas, tudo que impeça a carreira é descartado como inoportuno. Casamentos e relações são descartados como roupas são trocadas. Em nome do indivíduo.
A palavra “privacidade”jamais foi tão usada. Tudo o que remete ao isolamento é visto como valor positivo. Depender do outro é coisa feia. Quem assume que depende do outro é visto como uma espécie de aleijão social. Bom é ser independente bom é ser autônomo.
Sim, muito bom ser autônomo. Mas que estranha autonomia é esta que procura de todas as maneiras espantar a velhice? Por que o momento de ter uma pele enrugada, seios murchos, pintos flácidos, são vistos como obscenidades? Ora, é natural envelhecer. Tal como depois da vida, sempre se seguirá a morte, democraticamente.
Por que não buscar a dignidade da velhice em vez de tantos meios, todos tão ilusórios, de rejuvenescer?
Neurônios não rejuvenescem. Fígados, baços, pâncreas, intestinos, ovários, gônadas, nada disso rejuvenesce. A coluna cria osteófitos. O corpo verga. Com botox apenas vergará de forma mais patética. Pois é patético o velho que quer ser jovem a todo custo.
A jovialidade, uma característica de humor e pensamento, esta nada tem a ver com peles esticadas a força e cabelos pintados e repintados. E a morte, esta convidada sempre tão circunspecta chegará para todos, sendo ou não esperada.
Pessimismo? Não. Definitivamente não.
Quem encara com naturalidade a morte procura fazer da sua vida, a cada dia, algo mais rico e pleno.
Dá prioridade ao que realmente importa.
Sabe que é melhor investir numa boa viagem do que numa cirurgia plástica. Deixa para só entrar na faca quando realmente precisar. E, se cair nesta tentação, de parecer jovem sem mais o ser, saberá reconhecer, com lucidez, a total falta de bom senso de atitudes inúteis como a de tampar o sol com a peneirinha do botox.
Sou pela vida, por saber que é sagrado o instante, cada um deles.
Godot nunca chegará. Então, vamos à vida!
Um comentário:
Cyber Cy!!!!!
Antes, quero agradecer a visita e as belas palavras deixadas por vc no "boca".
Tô começando a achar esse negócio de blog um vício...e vc já falava isso láááááá atrás, e eu não dava bola. Você tem razão!
Como é bom poder falar pela escrita e pensar que, se alguém teve o interesse em ler, mesmo descordando, leu e refletiu sobre algo que talvez nunca tivesse pensado. De qualquer forma, é um exercício, não só a leitura, mas saber ler, o que ler, onde ler e como absorver as palavras dos outros. Como é complexa a comunicação humana,né?
Tantas palavras, tantas línguas, tantos meios de comunicação e, muitas vezes, um simples diálogo (ou a falta dele), se torna insuportável, insustentável, humanos indiferentes.
Será que é tão difícil saber ouvir ou falar ou escrever? Como se fazer entender num mundo onde a escrita está sendo cada vez mais esgarçada através dos códigos de quem tem preguiça de escrever uma palavra inteira, do jeito que aprendemos na escola?
Será que o outro quer ouvir? quer saber? entender? mas o bom é continuar sempre falando,né? quem sabe alguém ouve e diz: "ah! saquei! entendi!, mas descordo, ou, concordo. São tantas possibilidades,né?"
De qualquer forma, como é bom saber que, de algum modo, nossas impressões e reflexões sobre as coisas, pessoas e fatos que nos cercam, estão sendo postas no mundo num registro para além de nossas membranas; e que estão a disposição de quem interessar possa.
Parabéns pelo blog, pelas palavras, pelas fotos, pelas idéias e pela generosidade em compartilha-las.
Saudade,
bjs
ap
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