Em outros tempos, doenças sexualmente transmissíveis eram associadas a gente com vida promíscua. Depois, aos homossexuais. Agora até a zica pode ser transmitida sexualmente, e zica vem do mosquito, como se constatou. Mas mesmo antes, este negócio de gente de vida promíscua ou só homossexuais passando DSTs já era falso. Há uns 20 anos atrás, tive uma amiga querida que era lésbica, bastante recatada, transou com um único cara, heterossexual, um gringo, num episódio único, pegou AIDS e morreu alguns anos depois- naquele tempo não havia o coquetel. Tenho certeza que o caso dela não foi único. Basta ver como as DSTs vieram se desenvolvendo até o ponto em que hoje estamos.
As doenças sexualmente transmissíveis hoje são epidemias. Um fenômeno mundial. Vírus e bactérias não escolhem sexo, raça, religião, nacionalidade, se é certinho ou se é da pá virada, como se dizia antigamente. Na real, os julgamentos morais nunca são adequados para se pensar racionalmente as Doenças Sexualmente Transmissíveis, cada vez menos fazem sentido. Sim, doenças sexualmente transmissíveis podem acontecer com aquele cara super boa gente, completamente não promíscuo, apenas fã de sexo e descuidado com o uso da camisinha. Também podem acontecer com aquela menina linda, ainda inexperiente sexualmente, que apenas não soube se impor ao cara que com ela transou um dia e lhe passou o vírus- ou bactéria. Podem acontecer com a mãe de família, fiel, que pega do marido que nem é um cara promíscuo mas um dia transou com alguém que era portador da doença. Tudo pode.
O uso da camisinha hoje para a prática do sexo é obrigatório. Não importa se já namora há um ano, seis meses ou seis anos. Ninguém pode ficar fiscalizando a vida sexual do outro noite e dia. Na prática isto quer dizer que seu(sua) parceiro(a) sempre poderá um belo dia sair com outras pessoas. Ou ainda seu(sua) parceiro(a) pode já estar infectado há muito tempo e estar assintomático. O tempo de incubação de algumas DSTs é imenso. Então a única coisa sensata a ser feita é usar sempre camisinha, não importa com quem nem quando. Ser fiscal da vida sexual alheia é uma profissão inglória, boba, tosca. Cada um tem de ser responsável pela sua própria vida sexual. Sendo assim, cada um, homem ou mulher, tem de exigir que o parceiro use camisinha. Ou não faça sexo. Ponto parágrafo. Único jeito de não se infectar.
Se alguém não topar usar camisinha diante de seu pedido, é mal sinal. Sinal que esta relação tende a manipulação ou que aquela pessoa pretende dominar todas as suas ações daqui pra frente. Ninguém precisa de alguém que quer nos dominar numa relação. Dominação pode ser divertido sexualmente, mas na prática é uma chatice. Só dá briga.
Para nós mulheres, em termos de prazer, o uso de camisinha é indiferente. Não sentimos mais prazer se sentimos o sêmen de um homem quando este ejacula. Isto é lenda urbana de que mulher tem prazer em sentir sêmen. Não sentimos nenhum prazer desta forma. O sêmen só nos interessa se desejarmos ficar grávidas. Fim do interesse no assunto. Não tem papo de tesão com isto não. Que fique claro.
Não sou homem. Os do meu tempo diziam uma coisa sobre o assunto que talvez seja a razão de tantos caras se recusarem a usar camisinha: de que “usar camisinha é como chupar bala com papel”. O que sei é que há homens que têm dificuldades em manter a ereção com o uso da camisinha. Sugiro fortemente aos homens com estes problemas que procurem psicoterapia porque não há nada que prove que camisinha cause disfunções eréteis. Sendo assim, é a cabeça que faz o estrago, não a camisinha.
Procurar ajuda quando se precisa é sinal de maturidade. Trazer problemas pra sua vida como é o caso de se pegar uma DST por uma questão de origem psíquica pra mim faz pouco sentido. As DSTs hoje têm tratamento, ninguém morre por causa delas, e, por outro lado, as psicoterapias são hoje evoluídas o suficiente pra dar conta de homens com problemas com o uso de camisinhas. Tudo tem solução. Basta querer e se empenhar no assunto.
Bom Carnaval às meninas e aos meninos, aos homens e às mulheres. E que o carnaval seja sempre uma lembrança alegre em suas vidas.
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
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