quinta-feira, 10 de abril de 2014

Distantes do Cais

É preciso olhar os barcos

Adivinhar as ondas

A textura da madeira

O casco tão forte que flutua



O mais simples dos barcos

carrega oceanos inteiros


O barco é amigo das baleias dos peixes e dos botos

Sabe que o mapa não faz o marinheiro

e que o continente é muito mais que as linhas e os pontos num papel

Cada barco navega estrelas
ou as estrelas os navegam



Carregam os azuis, os verdes, os rosas

muitas luas e muitos sóis


até aquele dia último

em que saudoso das velhas âncoras

busca o sossego das pedras sem luz

no fundo do mar


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