segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sonhando Acordada


Abismo perfumado orvalho
quanto vale cada palavra
quanto tempo soa
o pássaro que voa
o copo que cai
o vinho que flutua
mais leve que a lua

Até onde vai
o véu da noiva
no escuro da noite
na cama da madrugada
os ossos do futuro
sementes do passado

Aquilo que será já foi
o que foi em breve faltará
tudo é instante
passa o equilibrista
eternamente
ternamente
no fio de um cabelo
à beira do abismo
perfumado
toda filosofia
cabem em poucas linhas
de pura poesia

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